Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas
próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar
ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. 2 Timóteo 4. 3,4
No tempo de Martinho Lutero havia
grande confusão entre os cristãos, sufocados que estavam entre as pressões dos
reis e dos papas, enquanto os primeiros dominavam seus corpos, estes últimos
buscavam submetê-los a todo o tipo de imposições, ameaçando-os com um triste
destino para suas almas.
As pessoas viviam atormentadas
pelo medo da ação das bruxas e do diabo, munindo-se para isto de todo o “conhecimento”
para poder identificá-los, à mercê de todo o tipo de exorcismos e protegendo-se
com amuletos, e objetos abençoados. Em toda a Europa ouvia-se de pessoas abastadas
que possuíam relíquias caríssimas, como frasquinhos, contendo gotas do genuíno leite
da “Virgem Mãe”, outros com dentes ou ossos de algum apóstolo ou mártir cristão,
e até mesmo detentores de legítimos pedaços da cruz de Cristo; muito embora,
também havia quem afirmasse que com tantos pedaços da cruz espalhados pela
Europa daria facilmente para construir uma Arca de Noé!
Naquele tempo, o comércio das
almas era tão intenso, a ponto de estipularem em dinheiro o preço do perdão,
mesmo de pessoas que já haviam falecido!
Foi contra este estado de coisas
que se levantou a voz dos Reformadores, para que se voltasse ao antigo e verdadeiro
Evangelho da “Salvação Pela Graça”, tão somente através da Fé em Jesus Cristo.
Nós, evangélicos brasileiros,
somos herdeiros da Reforma do Século XVI, e celebramos agradecidos a Deus os
500 anos do ato heroico de Martinho Lutero, afixando as 95 Teses de protesto
contra a venda de perdões.
Entretanto, atualmente, olhando o
cenário religioso à nossa volta, podemos perceber a presença de problemas semelhantes
aos que se depararam os primeiros reformadores. Vemos pessoas vendendo seus bens
preciosos como casas e carros para dá-los aos líderes religiosos que prometem
curas e vantagens decorrentes deste ato; enquanto outros, menos abastados,
contentam-se em adquirir poderosos lenços, abençoados frasquinhos de água do rio “Nilo” ou “Jordão”, e os mais diversos óleos “ungidos”, a preços “módicos”
dezenas de vezes mais caros que o mesmo objeto não-religioso vendido no
mercado. Ao mesmo tempo em que o desconhecimento da Bíblia mais e mais é notado entre o povo crente, satisfeito em confiar plenamente nas promessas de seus
líderes, que, seguindo o exemplo da igreja romana, são verdadeiros papas em suas denominações.
Graças a Deus, nem todas as
igrejas cristãs e líderes evangélicos são assim, ou partilham da mesma opinião; ainda há, em diversas denominações evangélicas, servos fiéis que, com amor e fidelidade, se dedicam à Obra de Deus!
Mas, dado à alarmante situação de muitos, rogamos ao Senhor que tenha
piedade de nossa nação e levante outros tantos “Luteros brasileiros” a protestar contra esta
vergonhosa compra e venda das almas incautas. Que a igreja evangélica brasileira
volte a ser pastoreada por homens sinceros e não gananciosos que busquem a
Glória de Deus e o bem do Rebanho de Cristo!