NÃO REINTERPRETE, OBEDEÇA!

Em Lucas 10.25-37, respondendo a pergunta de um religioso, acerca de quem é o nosso próximo, Jesus conta a Parábola do Bom Samaritano.

Desde os tempos remotos há tentativas de encontrar um sentido mais profundo desta parábola, identificando o judeu caído, e quase morto, com o homem perdido, o bom samaritano com Jesus, que o salva e o carrega em seu próprio animal (os méritos de Cristo), o leva à hospedaria (igreja), deixa dois denários (sacramentos do Batismo e da Ceia) e promete voltar um dia.

Apesar de ser linda a analogia, devemos ter muito cuidado com isto, pois, procurar este "sentido oculto" nos desvia do ensino claro da parábola: Vai tu e procede de igual modo!

Com esta história nosso Senhor não pretendia tratar de conceitos teológicos e sim apontar para a vida diária na prática de misericórdia com as pessoas ao nosso redor.

Alterar o sentido das passagens é um erro comum para muitos de nós, porque quando lemos a Bíblia, temos a tendência a dar o sentido que queremos, e nossa criatividade pode dar altos vôos. Entretanto, devemos evitar essa tentação e para cada passagem buscarmos o sentido daquilo que Deus mesmo quer nos ensinar ali! Que Deus nos ilumine!

CONSAGRE-SE A DEUS POR INTEIRO

"Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito". Gênesis 17: 1.

Como pode Deus dar uma ordem dessas?

Acaso o Senhor, Todo Poderoso, não sabe o quanto Abraão (e todos os demais homens) era falível?

Primeiro é preciso que entendamos o termo usado por Deus. Perfeito, se referindo aos seres humanos, não significa ser livre de toda e qualquer imperfeição (o que nos seria impossível), e sim completo; como quando dizemos que um bebê nasceu perfeito, isto é, com todos os membros em plena atividade. É certo que o bebê ainda tem muito a crescer e aprender, mas, com alegria o obstetra exclama: Ele é perfeito!

Então, a ordem de Deus para Abraão, e, por conseguinte, a todos nós, é: Consagre-se inteiramente a Deus! Não tenha nenhuma área de sua vida que não seja submetida à vontade de Deus!

Abraão, compreendeu e obedeceu, tanto que naquele mesmo dia, por ordem de Deus, praticou o rito da circuncisão, em si mesmo, em seu filho e em todos os seus servos, deste modo consagrando ao Senhor a sua intimidade, sua casa e sua prole.

Embora tenhamos por certo que o Novo Testamento aboliu a circuncisão, substituindo-a pelo batismo, cremos que o conceito de total consagração perdura a todos nós que, pela Fé, somos também filhos de Abraão!

Sendo assim, nos cabe a mesma ordem de constantemente verificar nossa vida, de maneira que não haja nenhuma área da qual Cristo não possa dizer: É minha!

Qualquer Semelhança NÃO é Mera Coincidência

Em Lucas 9.28-62 vimos que mesmo os verdadeiros discípulos de Jesus, não deveriam, mas:

Às vezes, falam bobagens (v.33);

Às vezes, não conseguem fazer o que desejam (v.40);

Às vezes, são arrogantes (v.46);

Às vezes, julgam mal as pessoas (vs. 49,50);

Às vezes, se deixam levar pela ira (vs. 54,55).

Se compreendermos estas verdades, é bem provável que tenhamos mais gentileza e consideração no trato uns com os outros, especialmente nos posts e comentários que fazemos em nossas redes de relacionamentos.

DAR É MELHOR QUE VENDER

Na Primeira Multiplicação de Pães e de Peixes (Lucas 9.12-17). Mais uma vez me questiono por que Jesus fez questão de dar aqueles sanduíches, se Ele poderia muito bem vender baratinho e assim, com o dinheiro arrecadado, ajudar a reformar as sinagogas, fazer uma oferta no Templo, fazer uma doação aos necessitados ou ainda dar um reforço financeiro às missões?

Mesmo com estas ideias tão "boas" e tão comuns em nossos dias. Ele preferiu, simplesmente, dar!

Talvez, fôssemos muito mais felizes se deixássemos de fazer cantinas e bazares em nossas igrejas, e tivéssemos o hábito simples de dar!

Que Deus nos ilumine!

SABENDO DIZER NÃO AO DINHEIRO QUE NÃO FOI GANHO DE FORMA HONRADA

Em Gênesis 14.18-24 lemos que, após haver vencido uma importante batalha, libertando seus familiares, Abrão se encontra com o sacerdote Melquisedeque e lhe dá o dízimo de tudo quanto possuía. Logo a seguir, vemos o rei de Sodoma (que também havia sido libertado por Abrão e seus homens), oferecer a ele todos os bens que quisesse levar. Abrão rejeita categoricamente pois sabia muito bem como o rei de Sodoma era mau e desonesto. Assim fazendo, o servo de Deus abriu mão de uma enorme fortuna, dando uma indubitável demonstração de caráter.

Devemos refletir bem sobre isto, pois segundo o pensamento moderno, muitos se apossariam dos bens de Sodoma, acreditando ser a recompensa de Deus por terem dado o dízimo.

Vale a recusa de Abrão. Que jamais o inimigo diga: "Fui eu quem o enriqueceu!". Que saibamos ganhar nosso dinheiro com honra e caráter, confiando no sustento que sempre teremos em Deus!

NÃO ESCONDA SUA FÉ!

blico

Em Lucas 8.43-48, lemos sobre a mulher que, secretamente tocou nas vestes de Jesus para ser curada. É bastante comum as pessoas, com os mais diversos problemas procurarem qualquer tipo de ajuda ou solução, inclusive a religião. Infelizmente, grande parte destes, só desejam receber determinada graça e ir embora.

Jesus chamou a atenção da multidão para que a busca daquela mulher não se tornasse apenas uma experiência sobrenatural e sim a verdadeira paz e salvação que ela precisava.

Muito embora muitos, ainda hoje, queiram apenas "tocar as vestes" do Salvador, o que todos precisam realmente é o terem um relacionamento público e declarado de amor e confiança nEle! Que Deus nos abençoe!!!

AMA MENOS, QUEM SE SENTE MENOS PERDOADO

Achei especialmente gratificante a leitura bíblica de hoje, quando Jesus mostra ao fariseu que o modo pouco dedicado como ele O recebeu em sua casa num contraste com o tratamento dado pela mulher pecadora (Lucas 7.36-50), revela que a sua ideia de ser um homem de poucos pecados o fazia pouco agradecido.

Infelizmente, mesmo no presente, também o modo pouco dedicado que temos com a leitura da Bíblia, a oração, o Evangelismo e as boas obras, também têm revelado o quanto somos ingratos diante do perdão e das bençãos diárias de Deus.