“ Eis que clamo: violência! Mas não sou ouvido;
grito: socorro! Porém não há justiça. ” ( Jó 19.7)
Talvez este lamento de Jó seja ainda mais atual do que no tempo em que foi proferido. Em todas as esferas da vida social vemos uma enorme mancha de sangue a sufocar nosso anseio por justiça. E tal qual o patriarca Jó pensamos: Por que Deus não põe um fim em tudo isso?
Basta uma passada de olhos pelos jornais do dia, ou um instante em frente ao noticiário da TV, e logo nos deparamos com a triste realidade do injusto domínio de terror dos homens maus sobre os homens de bem.
Todavia, se recordarmos as bases de nossa fé, veremos que o nosso Senhor, Ele mesmo, enquanto aqui viveu, foi vítima da maldade e da injustiça dos homens, Ele, que mal algum cometeu! Sabemos que esta era a sua missão, como prova do amor de Deus, sofrer e morrer pelos que haveriam de crer, mas isto, não anula, de modo algum, a culpa daqueles que o mataram!
E mais uma vez perguntamos: Até quando? Quantos mais ainda terão que sofrer e morrer, até que tudo isso acabe? A Palavra de Deus nos responde: “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé” (Hb 2.4). Levanta-se diante de nós o enorme desafio da vida cristã, confiar na justiça de Deus, em tempos em que ela menos se mostra evidente. Sim, é nestes momentos difíceis que demonstraremos a verdade da nossa fé.
E não só isso, mas temos ainda que mostrar ao mundo que há na terra um povo que não vive dominado pelo medo, que não abandona sua integridade, que não deixa de esperar na justiça de Deus, ao mesmo tempo em que evidencia esta justiça em suas atitudes.
O evangelho que cremos e pregamos é a única esperança válida diante das más notícias, dos escândalos sem conta, e da maldade generalizada.
Fé é mais do que um sistema religioso, é a persistência de uma vida dedicada a Cristo, mesmo quando parece que Ele está ausente, na certeza inequívoca de Suas palavras: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt. 28.20).
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