quinta-feira, 18 de novembro de 2010

E QUE DEUS ABENÇOE OS OUTROS!

Há um antigo conto árabe de dois homens muito gananciosos que tendo encontrado um anjo este lhes deu o direito a um único pedido, que sendo feito por um deles, receberia de imediato o pedido feito e o amigo ganharia o dobro do que foi pedido. Após longos minutos de silêncio um deles arremessou-se sobre o outro sufocando-o e dizendo: Peça logo seu miserável! E ele respondeu: Quero perder um olho! E com seu único olho pôde ver que o seu companheiro ficara cego. Este conto reflete a enorme dificuldade que temos de buscar o bem do outro antes que o nosso próprio.
Lembremos que ninguém há tão famoso por sua paciência quanto o patriarca Jó. Homem de fina estirpe, capaz de suportar as piores provações sem abandonar a fé em Deus. Perdeu dinheiro, bens, e até mesmo a família, mas não a confiança que pacientemente aguardava pelo seu redentor. Esta é, sem sombra de dúvidas, a primeira lembrança que temos deste bom homem. Mas, além desta qualidade, outra importante faceta de Jó é revelada em seu livro: ele era um homem de oração. Vemos isto no início da narrativa ao encontrá-lo intercedendo por seus filhos e ainda mais no final do livro quando ele suplica a Deus pelos seus pretensiosos amigos. Convenhamos, existe algo de surpreendente em Jó se dedicar a buscar a Deus pelo bem daqueles que o magoaram tanto, num momento em que ele tanto necessitava de ajuda e consolo. A pergunta que primeiro nos vem a mente é: Com exceção de Jesus, quem mais faria isto? Entretanto, concluindo o livro de Jó, percebemos que a medida em que ele orava pelos outros, Deus o abençoava, lhe dando mais do que a restauração da sua vida de outrora. É certo que cada um tem a sua própria história e não podemos esperar viver o que Deus reservou para outro; contudo, o princípio permanece: O nosso Senhor abençoa seus filhos enquanto eles buscam a Deus e oram pelos outros. “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do seu coração” e “Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas” e “Bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia”; assim, cumpramos a vontade de Deus, zelando e orando pelo bem dos outros, na certeza de que é Deus quem infalivelmente cuidará de nós. 

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