Em seu livro “Corrida Atrás do Tempo II”, o Rev. Olympio Adorno Vassão fala acerca de um acontecimento em Eldorado Paulista, no Vale do Ribeira, antigamente conhecida como Xiririca. Naquele tempo não havia água encanada na cidade, mas era retirada diretamente do rio ali perto, no mesmo lugar onde as mulheres, literal e figuradamente, lavavam a roupa suja da cidade. Numa das residências a água para beber era recolhida numa grande moringa de barro que era colocada sobre a mesa, e dela se serviam todos os que tinham sede. Um dia, o menino que a levava ao rio para enchê-la, levou um escorregão e a moringa espatifou-se numa pedra. E, diante do espanto do garoto, saltou um sapo, que vivia dentro da moringa! Aquele sapo enorme não poderia ter entrado pelo gargalo da moringa, senão quando ainda era um girino, e ali cresceu, poluindo toda a água, durante meses a fio. Quem imaginaria semelhante situação?Este quadro pavoroso serve como alerta à vida da Igreja e de cada membro individualmente, pois devemos estar em prontidão contra as artimanhas do inimigo de nossas almas. Na maioria das vezes estamos atentos quanto a grandes problemas, perigos e escândalos que tentam se instalar. Todavia, nem sempre reparamos que grandes problemas começam como pequenos girinos; são pequenas tentações às quais por vezes cedemos, leves desentendimentos que nos magoam, mal entendidos nunca esclarecidos, intrigas passageiras que nos fazem perder a confiança uns nos outros. E, de repente, já não nos conhecemos mais, já não nos respeitamos mais, já não nos amamos mais. Convém sempre verificar se não tem sapo escondido na moringa, é sempre bom examinar a água que se bebe, bem como os relacionamentos que nutrimos.
Devemos reparar que os pequenos problemas que por vezes nos desunem são setas demoníacas dispostas a semear discórdia entre irmãos. Combatamos unidos, o mal que pretende se instalar, e não uns aos outros. “Sede, portanto prudentes como as serpentes e mansos como as pombas” Mt. 10.16
E quem já não se aborreceu com uma crítica desabonadora? Ser elogiado é ter consciência de que de alguma forma se está agradando a alguém, enquanto que ser criticado revela o inverso. Na prática, elogios e críticas servem como um “termômetro social”; algo a ser considerado antes de se tomar alguma decisão. Todavia, a opinião pública, conquanto possua o seu valor, não pode ser a única e nem mesmo a maior preocupação de alguém, pois, em matéria de opinião, muitas vezes a “voz do povo não é a voz de Deus”. Assim, a Bíblia continua sendo a nossa única regra de fé e de prática; não que desprezemos a opinião dos outros, mas devemos colocá-la em seu próprio lugar, sempre muito abaixo dos ensinamentos da Palavra de Deus.
Uma vez entendido isso, devemos considerar o pensamento dos outros, pois os caminhos que hoje trilhamos já foram percorridos no passado, e se descobrimos que alguém já caiu em certos buracos ou tropeçou nalguma pedra, suas palavras nos servirão de aviso para que não tenhamos a mesma infelicidade. Daí a necessidade de buscarmos o conselho dos mais velhos e daqueles que já passaram por situações parecidas com as nossas, ao mesmo tempo em que devemos servir de conselheiros para aqueles que estão a nossa volta. Mas a grande verdade é que muitas vezes nossos amigos, que poderiam nos avisar dos perigos de nossas ilusões e enganos, para não arriscar perder nossa amizade, não nos alertam, enquanto que aqueles que não se simpatizam conosco não hesitam um segundo em apontar nossos erros. E o resultado mais comum é seguirmos iludidos com os elogios covardes de nossos amigos, e ofendidos com as críticas ferozes dos antipáticos, em direção às tristezas que facilmente poderiam ser evitadas. Assim, a Bíblia segue como a única Palavra Inerrante, e ela nos mostra que tanto nossos amigos quanto inimigos são passíveis de erros e acertos. De modo geral, o malvado não elogia, bajula, não corrige, acusa; cabe aos verdadeiros cristãos a honrosa tarefa do aconselhamento. Que tipo de amigos temos sido? Quando o nosso irmão acerta nós o elogiamos? E quando ele erra, nós o corrigimos? Que Deus nos aperfeiçoe em Seu amor!
Era um daqueles momentos em que todos teriam preferido não ter saído de casa. Num pequeno barco, treze homens, o céu se tornando cada vez mais escuro, as ondas cada vez maiores, o temporal que chega com toda a sua fúria, e pra completar Jesus estava dormindo. Quando lemos essa história em Marcos 4. 35-41, quem sabe tomemos a posição de críticos, com o dedo em riste a perguntar como eles puderam ser tão medrosos? Ou talvez, possamos entender a situação dos discípulos, pois afinal, quem de nós, em horas de crise, já não duvidou do socorro divino?
Entretanto, independente da atitude que tomemos, a verdade é que os apóstolos já não estão mais entre nós, e suas vidas em nada vão mudar em relação a nossa postura. Contudo, mais do que certo é que Cristo continua presente, e apesar de Seu aparente distanciamento, mesmo nas horas mais difíceis Ele nunca nos negará amparo e auxílio, e sua repreensão aos doze discípulos aplicável se faz também a nós, pois, igualmente, não temos o direito de duvidar do Seu amor e cuidado para conosco. A Bíblia nos conta que, naquele dia Jesus sossegou os ventos e o mar, Ele acalmou a tempestade.
E ainda hoje ele promete jamais nos abandonar. Leia e reflita:
“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” Hebreus 13. 5 e 6.
Agora, olhe para o seu passado e veja quantas tempestades o Senhor já acalmou em sua vida? Quantas orações já foram respondidas favoravelmente e quantas lágrimas Ele já lhe enxugou? Responda com sinceridade, e veja que Ele nunca abandonou quem nEle confiou. E que a paz de Cristo inunde seu coração!
Sempre ouvimos as mais variadas desculpas usadas com o fim de “suavizar” momentos desagradáveis em que erros são denunciados. “Errar é humano”, “todo mundo faz isto”, “você no meu lugar faria o mesmo”, e finalmente, “a carne é fraca” e “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Estas duas últimas falas nos lembram as palavras de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41)e “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8.7). Precisamos aprender bem o que Jesus nos ensina nestes textos para que não usemos erradamente suas palavras.
A tão conhecida expressão “a carne é fraca” foi usada por Jesus numa noite em que Ele, depois de um atarefado dia de serviço com seus discípulos, sobe com eles ao monte, e os convida para orar (eram os tristes momentos que antecediam a sua prisão e crucificação). Mas os discípulos ignoravam a gravidade daquela hora. Com seus corpos “moídos” de cansaço, mesmo querendo, não conseguiam se concentrar na oração e acabaram dormindo. Jesus reconheceu ao mesmo tempo a vontade de obedecer dos discípulos (o espírito pronto), bem como a fragilidade de seus corpos (a carne é fraca). Daí, que “a carne é fraca” nada tem a ver com pecado, maldade ou imoralidade, mas tão somente com as limitações do corpo humano, que precisa dormir, entre outras coisas. Assim, essa expressão jamais poderia ser usada como desculpa para o pecado. Também o texto da “primeira pedra” tem sido utilizado de forma errada, pois Jesus não estava condenando toda forma de julgamento e nem tirando a autoridade dos homens de julgar (cf. Rm 13.1), mas sim desautorizando um linchamento que os judeus estavam prestes a executar. Todos os acusadores eram culpados justamente por não obedecerem a lei romana que proibia qualquer judeu de executar sentenças de morte, bem como da lei mosaica que, no tempo antigo, quando era aplicada, exigia um julgamento justo e a morte dos dois adúlteros e não apenas da mulher (Dt 22.22), e principalmente eram culpados de hipocrisia por terem atitudes ou pensamentos tão adúlteros como o daquela mulher, como Jesus já havia denunciado: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5.28). Como vimos, Jesus reconhece as nossas limitações humanas, e também a facilidade que temos para ver o erro dos outros, mas não dá chance para desculpas que nos mantenham na prática do mal. Ele conclama a todos para que se arrependam e mudem suas atitudes erradas. Jesus perdoa os nossos pecados e também ordena o início de uma nova vida, quando diz à mulher adúltera: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais (João 8.11).
O menino chega em casa correndo, suado espavorido e grita: “Pai me dá cinco reais?”. O pai simplesmente dá e vê o filho sair correndo. Mais tarde o garoto volta pedindo-lhe o seu celular, o pai, incomodado com o retorno do pequeno, apenas consente. A noite, quando este pai quer dormir, reclama em alta voz: Que cachorro barulhento, o vizinho foi arrumar!
E o filho o informa: Não é do vizinho, é o Fido, o cachorrinho que eu comprei do meu amigo. Como assim comprou? Pergunta o pai. Oras, dei a minha coleção de bolinhas de gude, cinco reais e mais o seu celular. Valeu pai!
O que podemos falar deste pai? Qual foi a falha do seu comportamento? Creio que, além de demonstrar exagerada irritação e distanciamento de seu filho, antes de dar as coisas que seu filho pediu deveria ao menos perguntar: - PRA QUÊ VOCÊ QUER ISTO? Assim, evitaria muitas surpresas. Sem dúvida este pai não agiu com sabedoria. Mas, por que muitas pessoas pensam que Deus, o Pai do Céu, também age assim? Tais pessoas pedem, pedem e simplesmente, esperam receber, sem ao menos dar resposta à seguinte pergunta: - PRA QUÊ VOCÊ QUER ISTO? O Pai celestial, sábio como é, quer que consideremos bem cada coisa que lhe pedimos. Por exemplo: Você pede a Deus que lhe devolva a saúde. Então deve também lhe dizer o que pretende fazer com a saúde que ele vai lhe dar. Caso queira um emprego novo, deve falar ao Pai como pretende agir para que este novo emprego não o afaste da igreja, como Deus será honrado através dele e o que vai fazer com o dinheiro que vai receber. Não falo apenas de dízimos ou ofertas, e sim sobre como cada benção que Deus lhe der será revertida em bênçãos na vida dos outros e no reino de Deus. Deste modo, é bem mais seguro que Deus tenha prazer em atender os seus melhores pedidos. Do contrário, cabe aqui a seguinte advertência: Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. (Tiago 4.3)
Você já assistiu a cultos na televisão? Alguns cultos na TV são realmente lindos: ninguém se conhece, mas todos se amam; não há dor, nem tristeza; todas as orações são respondidas afirmativamente e todos os problemas resolvidos. Nesses cultos não existe gente má ou errada, se algo vai mal a culpa é do diabo, e é só expulsá-lo, amarrá-lo ou coisa assim e tudo estará bem. Basta uma oração de poder e toda dor, doença, vício ou problema deixará de existir. E mesmo que a pessoa não esteja presente, basta tomar a água que está sobre a TV, ou levar para ela um pouquinho de “Sal Ungido”, “Óleo Ungido”, ou algo assim. O problema é que depois de um lindo culto desses, temos que voltar à realidade e encará-la de frente; o que para muitos é tão difícil a ponto de levarem uma vida de fantasia e ilusão, negando que Deus permita ou tenha em seus planos alguma dor pela qual devamos passar. Assim, tais crentes disfarçam a tristeza, escondendo suas lágrimas com um largo sorriso, enquanto caçoam de nós “pobres crentes tradicionais” que não gozamos a “doce vida” que eles têm. Certamente não compreendem as dificuldades matrimoniais do profeta Moisés (Ex 4.25); os medos de Davi se fingindo de louco para não morrer nas mãos dos filisteus (I Sm 21.12,13); a depressão do profeta Elias, a ponto de pedir para morrer (I Rs 19.4); a angústia de Jeremias diante da morte de seus amigos e parentes (Lm 2.1-20); as inseguranças de João Batista (Mt 11.2,3); a enfermidade do apóstolo Paulo (Gl 4.13,14); as freqüentes enfermidades de Timóteo (I Tm 5.23); os desentendimentos entre Evódia e Síntique, verdadeiras servas do Senhor (Fp 4.2,3); e até mesmo a alma profundamente angustiada de Jesus diante de seu martírio (Jo 12.27), mesmo sabendo que haveria de ressuscitar dentro de três dias (Mt 16.21; Lc 9.22; Lc 13.32). Será que esses crentes atingiram um nível de vida espiritual que nem os profetas, apóstolos e o próprio Cristo alcançaram? Pelo seu muito falar quase acreditamos, não fosse o conhecimento que temos de suas vidas, suas tristezas, seus desafetos, suas dívidas, etc... Sejamos sinceros, nós crentes, somos gente de carne e osso que chora e que sorri, que cai e que se levanta; mas, sabemos que Deus está no controle e colocamos sobre Ele todas as nossas ansiedades na certeza de que “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Coríntios 4.17).
Estamos tão acostumados a ver a maldade nos outros, e não é uma tarefa tão difícil; pois, como disse Jesus: “O mundo jaz no maligno”. Temos sido vítimas constantes das fofocas, das intrigas, dos mal-entendidos, que às vezes nos sentimos inocentes “alienígenas” num mundo tão mau. Todavia, o que muitas vezes não percebemos, ou não queremos perceber é a nossa parte em tudo isso, isto é, a nossa própria cota de maldade.
Por mais que não aceitemos, a verdade é que todos pecamos, como dizia Salomão: “não há quem não peque”. Mas, ainda assim, temos a mania de tratar nossos erros como meros defeitos, enquanto denunciamos com veemência a maldade dos outros. De certo modo, já nos acostumamos com nossos defeitos, e até dizemos que “se alguém quiser viver conosco, deve saber que somos assim mesmo”. Contudo, tal procedimento só faz perpetuar nossos problemas, pois, o primeiro inimigo é o nosso próprio coração corrompido.
Mas, antes que nos desesperemos, devemos lembrar que foi justamente para pessoas como nós que Deus enviou seu Filho, como Jesus já dizia “Os sãos não precisam de médico; não vim buscar justos e sim pecadores para o arrependimento”. Assim, a solução para o grande problema do mundo não está em acusar os outros pelos males, antes tomar consciência da nossa própria culpa, buscar e receber o perdão de Jesus e seguir numa nova vida, que não mais precisa encontrar culpados, mas leva ao mundo aquele que perdoa pecados e transforma vidas, mostrando que isto é verdade, pois foi isso que Ele fez conosco. Por isso diga sem medo: Pecador, sim! Escravo do pecado? Pela graça de Cristo, nunca mais!
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” Colossenses 4:6
Quem não guarda na memória a triste marca de uma palavra que disse e que não deveria ter dito? Bem diz o ditado que somos senhores da nossa boca e escravos de nossas palavras; pois uma palavra mal falada é capaz de separar grandes amigos, afastar pais e filhos, desfazer casamentos, e tem sido a causa de muitas demissões. O problema é que somos impacientes para ouvir e prontos para falar e ainda mais rápidos para nos irarmos; enquanto a Bíblia diz: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.”.Tiago 1.19. Assim, vamos acumulando tristezas e nos afastando de pessoas que poderiam ser grandes companheiras. Creio que nunca será demais frisar que palavras como: “Não levo desaforo para casa”, “Dou um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair”, “A minha educação depende da sua”, e outras desse tipo, não estão na Bíblia, e decididamente nunca deveriam estar na boca de um filho de Deus. E não pode ser que aceitemos que a mesma boca que canta louvores a Deus sirva para ofender os outros, pois como também disse Tiago: “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (Tiago 3.10). É assim que aprendemos que Deus requer de nós uma séria tomada de posição, no sentido de só usarmos a nossa boca para fazer o bem. Devemos sim falar contra o mal; mas, de modo algum podemos nos valer disso como desculpas para sermos grosseiros, extravasando a nossa raiva sobre aqueles que nos cercam. Pode parecer estranho no mundo em que vivemos, mas, gentileza e docilidade, mesmo diante de quem nos agride, não são sinônimos de fraqueza e bajulação, mas, pode e deve ser a expressão genuína de amor cristão, e de sabedoria divina, mostrando a este mundo que confiamos num Deus que é Todo-Poderoso, justo, bom e misericordioso e no Senhor Jesus Cristo que é manso e humilde de coração. Que a nossa palavra não seja insípida (sem gosto), como a dos covardes que por temor jamais dirão o que precisa ser dito; mas também que não seja “salgada” ou “apimentada” como a dos malvados e cruéis que não se importam com as conseqüências de suas falas, contanto que tenham “desabafado”; mas, que seja agradável, temperada com sal, isto é, não preocupada apenas em denunciar o mal, como também promover o bem, para que o errado se corrija, o pecador se arrependa e a paz, sempre que possível, seja um ideal a ser alcançado.
Jesus exorta: Deixai vir a mim os pequeninos... (Mc 10.14)
A Bíblia orienta: Ensina a criança no caminho em que deve andar... (Pv 22.6)
Contudo, os crentes gritam: Silêncio! Queremos ouvir o sermão!
Pois é, parece que mais uma lei da física foi descoberta: “Adultos e crianças não podem ocupar o mesmo espaço do mesmo templo por muito tempo”. Provavelmente, foi pensando nisso que, para instrução e alegria das crianças e também para sossego dos adultos foi criado o culto infantil.(1) Assim, todas as crianças eram levadas do local de culto do templo para uma sala especial onde pudessem ouvir a Palavra de Deus em linguagem apropriada a elas. Todavia, surge uma nova questão: Até quando as crianças podem ficar no culto infantil?
Entende-se em geral que a partir dos sete ou nove anos a criança já pode permanecer no templo com os adultos; e então retorna o barulho. O que fazer?
Primeiramente, sejamos sinceros em reconhecer a excelente contribuição do culto infantil para a formação espiritual de nossas crianças, pois, quando dirigido por irmãos competentes, leva os pequeninos à compreensão da Palavra de Deus e do Deus da Palavra, além é claro, do sossego que proporciona aos pais.
Em segundo lugar, depois de certa idade, temos que trazer as crianças de volta ao culto para que não o estranhem por completo, se só voltarem (se voltarem) na juventude.
Finalmente, creio que não basta apenas trazê-las; é importante que o culto, bem como o sermão, sejam também relevantes a elas. O amado pastor Martinho Lutero (1483-1546), lá no início da Reforma Protestante já dizia: “Maldito seja todo pregador que tem como alvo o pregar sobre assuntos elevados na igreja, buscando sua própria glória e desejando, de maneira egoista, agradar as pessoas. Quando eu prego, procuro adaptar-me às circunstâncias das pessoas comuns; não me preocupo com aqueles que são eruditos ou mestres... tenho em vista sempre os jovens e as crianças. A estes eu me dedico, esforçando-me para ser simples e objetivo”.(2) E ele vai mais além: "Quando estamos no púlpito, devemos amamentar o povo e dar-lhes leite para beber... Os assuntos e especulações elevados devem ser reservados para os sabichões. Não vou levar em conta os doutores Pomeranus, Jonas, e Philipp enquanto prego, pois o que falo eles sabem melhor que eu. Não prego para eles, mas para os meus pequenos Hans e Elizabeth; estes eu levo em conta.”(3) Não é a toa que um contemporâneo seu tenha dito: “Todo aquele que o escuta uma vez, deseja escutá-lo repetidas vezes"(4) e a isto corrobora C.H. Spourgeon (1834-1892): “As pessoas às vezes falam acerca de alguém: ‘Ele só serve para ensinar crianças: pregador ele não é’ Pois eu lhes digo, à vista de Deus, não é pregador quem não se importa com as crianças!”(5 )Isto está muito de acordo com os textos bíblicos acima referidos. E além do mais, sejamos francos; quantos são os adultos que perdem a atenção e até dormem diante de uma pregação que não os alcança?(6) Na verdade um sermão erudito muitas vezes não edifica grande parte dos adultos da igreja, enquanto um sermão que esclareça as crianças, certamente estará acessível a todos. Não se trata de rebaixar ou infantilizar o sermão, mas apenas de torna-lo mais agradável, atraente e acessível a todos, basta que lembremos o modo como Jesus geralmente se dirigia às multidões.
Cuidar para que isto aconteça, talvez não elimine totalmente o barulho ou a sonolência de alguns, todavia, com certeza será um grande ganho para as novas gerações que despontam em nossas igrejas.
NOTAS.
1. Falamos Culto Infantil, evitando o termo “cultinho”, que embora pareça mais carinhoso, e, certamente foi esta a intenção de quem inventou o termo, acaba por diminuir a importância da adoração infantil, como se fosse uma mera representação juvenil, ou pior, um culto de brincadeira. 2. Revista Fé Para Hoje, n. 18, p. 06. Editora Fiel. São José dos Campos, São Paulo, 2003. 3. CHRISTIANITY TODAY, edição de 11 de novembro de 1983. 4. In http://www.cptn.org.br/reforma/igreja_lut_2.asp, em 22/07/2010 às 20:00h. 5. Spurgeon, CH. Pescadores de Crianças, p. 13. Ed. Shedd Publicações. São Paulo, 2004. Spourgeon, famoso pastor batista do séc. XIX, ainda hoje é reconhecido por muitos como o "príncipe dos pregadores". 6. É claro que nem sempre as pessoas dormem por este motivo, haja vista o caso de Êutico (Atos 20.9).
Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Atos 11. 26 Conta-se que certa vez o famoso e temível general e imperador da Macedônia, Alexandre, O Grande, fazia inspeção às suas tropas de soldados, quando lhe foi trazido um que, em meio à batalha, havia desertado, e covardemente abandonado o posto. O imperador o chama para perto de si e lhe pergunta: - Qual é o teu nome rapaz? E o soldado, timidamente, e com voz trêmula respondeu: A-A-Alexandre; eu me chamo Alexandre. Então o grande general, num segundo, avança para cima do rapaz, e sufocando-o exclama: Ou você muda de atitude, ou muda de nome! É fácil compreender a irritação do grande Alexandre diante daquela situação; pois seria uma vergonha para o próprio imperador ver um covarde sendo chamado pelo mesmo nome que ele. Contudo às vezes não percebemos que coisa ainda mais ridícula tem acontecido entre homens e mulheres que se dizem cristãos. Como podemos reparar no texto bíblico de Atos 11, os cristãos receberam este nome por serem reconhecidos como discípulos de Cristo, isto é, seguidores da pessoa, da palavra e do exemplo de Jesus Cristo. Mas, quantos há que, sob o nome de cristãos, continuam na prática constante de vícios e pecados? É dever do cristão reconhecer o erro cometido e em honra ao nome do Senhor Jesus Cristo, mudar imediatamente da sua conduta errada, para outra que agrade ao seu Rei, do contrário não poderá ele seguir avante fazendo-se passar por aquilo que não é. Leiamos o que diz a Palavra de Deus na primeira epístola de João: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (I João 2. 1-6). Assim, caro cristão, se estiver em erro, não mude de nome, mude de atitude. E que Deus assim nos abençoe!
Como sementes espalhadas ao vento As palavras do pregador São esperanças em desenvolvimento São gotas de fé e amor.
Que Deus ajude haja sempre na Igreja Homens e mulheres com disposição De sorriso sincero nos lábios E com a Bíblia no coração Levando ao mundo faminto O alimento e a salvação.
Quem disse que é vão o trabalho? Quem falou que é pura ilusão? Se os frutos que hoje colhemos Resultaram do esforço cristão, De outros que já confiaram E pregaram com determinação?
O Mestre conclama o crente Que como tal, não pode fugir: Leva com fé a Divina Semente Clama a todos; alguém há de ouvir Pois a sofrida tarefa presente Abriga a colheita que com certeza há de vir!