quinta-feira, 29 de julho de 2010

VAI E NÃO PEQUES MAIS!

Sempre ouvimos as mais variadas desculpas usadas com o fim de “suavizar” momentos desagradáveis em que erros são denunciados. “Errar é humano”, “todo mundo faz isto”, “você no meu lugar faria o mesmo”, e finalmente, “a carne é fraca” e “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Estas duas últimas falas nos lembram as palavras de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41) e Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8.7). Precisamos aprender bem o que Jesus nos ensina nestes textos para que não usemos erradamente suas palavras.

A tão conhecida expressão “a carne é fraca” foi usada por Jesus numa noite em que Ele, depois de um atarefado dia de serviço com seus discípulos, sobe com eles ao monte, e os convida para orar (eram os tristes momentos que antecediam a sua prisão e crucificação). Mas os discípulos ignoravam a gravidade daquela hora. Com seus corpos “moídos” de cansaço, mesmo querendo, não conseguiam se concentrar na oração e acabaram dormindo. Jesus reconheceu ao mesmo tempo a vontade de obedecer dos discípulos (o espírito pronto), bem como a fragilidade de seus corpos (a carne é fraca). Daí, que “a carne é fraca” nada tem a ver com pecado, maldade ou imoralidade, mas tão somente com as limitações do corpo humano, que precisa dormir, entre outras coisas. Assim, essa expressão jamais poderia ser usada como desculpa para o pecado. Também o texto da “primeira pedra” tem sido utilizado de forma errada, pois Jesus não estava condenando toda forma de julgamento e nem tirando a autoridade dos homens de julgar (cf. Rm 13.1), mas sim desautorizando um linchamento que os judeus estavam prestes a executar. Todos os acusadores eram culpados justamente por não obedecerem a lei romana que proibia qualquer judeu de executar sentenças de morte, bem como da lei mosaica que, no tempo antigo, quando era aplicada, exigia um julgamento justo e a morte dos dois adúlteros e não apenas da mulher (Dt 22.22), e principalmente eram culpados de hipocrisia por terem atitudes ou pensamentos tão adúlteros como o daquela mulher, como Jesus já havia denunciado: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5.28). Como vimos, Jesus reconhece as nossas limitações humanas, e também a facilidade que temos para ver o erro dos outros, mas não dá chance para desculpas que nos mantenham na prática do mal. Ele conclama a todos para que se arrependam e mudem suas atitudes erradas. Jesus perdoa os nossos pecados e também ordena o início de uma nova vida, quando diz à mulher adúltera: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais (João 8.11).

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