segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Crente é gente de carne e osso, que chora e que sorri!

Você já assistiu a cultos na televisão? Alguns cultos na TV são realmente lindos: ninguém se conhece, mas todos se amam; não há dor, nem tristeza; todas as orações são respondidas afirmativamente e todos os problemas resolvidos. Nesses cultos não existe gente má ou errada, se algo vai mal a culpa é do diabo, e é só expulsá-lo, amarrá-lo ou coisa assim e tudo estará bem. Basta uma oração de poder e toda dor, doença, vício ou problema deixará de existir. E mesmo que a pessoa não esteja presente, basta tomar a água que está sobre a TV, ou levar para ela um pouquinho de “Sal Ungido”, “Óleo Ungido”, ou algo assim. O problema é que depois de um lindo culto desses, temos que voltar à realidade e encará-la de frente; o que para muitos é tão difícil a ponto de levarem uma vida de fantasia e ilusão, negando que Deus permita ou tenha em seus planos alguma dor pela qual devamos passar. Assim, tais crentes disfarçam a tristeza, escondendo suas lágrimas com um largo sorriso, enquanto caçoam de nós “pobres crentes tradicionais” que não gozamos a “doce vida” que eles têm. Certamente não compreendem as dificuldades matrimoniais do profeta Moisés (Ex 4.25); os medos de Davi se fingindo de louco para não morrer nas mãos dos filisteus (I Sm 21.12,13); a depressão do profeta Elias, a ponto de pedir para morrer (I Rs 19.4); a angústia de Jeremias diante da morte de seus amigos e parentes (Lm 2.1-20); as inseguranças de João Batista (Mt 11.2,3); a enfermidade do apóstolo Paulo (Gl 4.13,14); as freqüentes enfermidades de Timóteo (I Tm 5.23); os desentendimentos entre Evódia e Síntique, verdadeiras servas do Senhor (Fp 4.2,3); e até mesmo a alma profundamente angustiada de Jesus diante de seu martírio (Jo 12.27), mesmo sabendo que haveria de ressuscitar dentro de três dias (Mt 16.21; Lc 9.22; Lc 13.32). Será que esses crentes atingiram um nível de vida espiritual que nem os profetas, apóstolos e o próprio Cristo alcançaram? Pelo seu muito falar quase acreditamos, não fosse o conhecimento que temos de suas vidas, suas tristezas, seus desafetos, suas dívidas, etc... Sejamos sinceros, nós crentes, somos gente de carne e osso que chora e que sorri, que cai e que se levanta; mas, sabemos que Deus está no controle e colocamos sobre Ele todas as nossas ansiedades na certeza de que “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Coríntios 4.17).

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